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“FILHOS DE GANDHY, BADAUÊ...”: A SAGA DOS CORPOS VESTIDOS DE BRANCO QUE RESISTEM CULTURALMENTE NO CARNAVAL SOTEROPOLITANO.
FLAVIO CARDOSO DOS SANTOS JUNIOR, LUIS VITOR CASTRO JUNIOR, LUIS VITOR CASTRO JUNIOR

Última alteração: 2012-11-13

Resumo


Este estudo trata-se de um maior “aprofundamento” de nosso foco de estudo: As festas populares de Salvador. Por isso, viemos aqui buscar um entendimento mais profundo acerca da trajetória de um dos baluartes do carnaval da Bahia: O Afoxé Filhos de Gandhy. Para tal, o nosso objetivo central consiste em compreender as passagens históricas do grupo e seus desdobramentos. Além disso, buscamos entender o cortejo soteropolitano como espaço de fruição e lazer e ao mesmo tempo resistência cultural. Assim, enveredamos numa pesquisa de “aproximação” etnografica – ramo da Antropologia Social preucupado em estudar uma população ou um sujeito – lendo os apontamentos históricos, ouvindo as histórias de vida, acompanhando os ensaios do bloco e no carnaval observando todo o trajeto do grupo. Se por um lado, os antigos associados preservam as tradições da associação, por outro, com o crescimento desordenado da instituição, o vestisse de “Gandhy” no carnaval representa inúmeros outros significados, diferentes de sua gênese, pois há uma perversa exploração por parte da indústria do turismo e entretenimento que insiste em “engolir” e mercantilizar as manifestações de cunho popular, apesar da forte e histórica luta da cultura afro-baiana ligada aos batuques e danças de terreiros. Assim, pretendemos com esse estudo poder estabelecer um diálogo tênue entre as áreas da educação física, através do lazer, história, antropologia e sociologia, bem como contribuir num maior entendimento no campo da festa, usando como fio-condutor as práticas corporais, a religião, a fruição e a própria cultura.

Palavras-chave


Gandhy, corpos e carnaval

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