Sistema Online de Apoio a Congressos do CBCE, XI Congresso Brasileiro de Atividades de Aventura

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EDUCAÇÃO FÍSICA COMO TECNOLOGIA POLÍTICA: GOVERNAMENTALIDADE BIOPOLÍTICA NO BRASIL E NA COLOMBIA
Jorge Andrés Jiménez Muñoz, Carlos José Martins

Última alteração: 2020-08-17

Resumo


Assumindo a perspectiva analítica da governamentalidade de Michel Foucault (FOUCAULT, 1984; MARTINS, 2011) problematizamos a inserção da Educação Física como uma área de conhecimento inserida nas Ciências da Saúde no Brasil e na Colômbia através das suas instituições gestoras de políticas científicas CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de nível superior) e COLCIENCIAS (Departamento Administrativo de Ciência, Tecnologia e Innovación). Para além de dilemas epistemológicos que visam discutir o lugar de alocação adequado da Educação Física na área de pesquisa e intervenção no interior do campo científico junto às agências de financiamento, propomos algumas análises sobre as razões governamentais colocadas em jogo e que a situam na grande área de saúde e não na grande área das Ciências Humanas, em especial no campo da Educação, onde encontra tradicionalmente sua inserção histórica e social mais significativa. Através de uma atitude problematizadora, investigamos os nexos de saber-poder que produzem as condições de implementação dessa racionalidade de administração da vida e a sua efetivação tecnológica nos seguintes planos: a) Nas políticas científicas estabelecidas por instituições governamentais e influenciadas por entidades internacionais como a O.C.D.E; b) Na Educação Física Escolar, compreendida no interior da discursividade de uma série de reformas governamentais como a “Reforma do ensino médio” no caso do Brasil. Desta forma, nossa hipótese de análise busca explorar que vem se disseminando uma tendência de governamentalidade biopolítica (MILLER; ROSE, 2012; GADELHA COSTA, 2009; VEIGA-NETO, 2000) por parte destas agências que investe a Educação Física como tecnologia de condução das condutas para ampliar seu campo de ação e atingir os corpos no interior do campo escolar. Nesse sentido, perguntamos quais as relações da área com a gestão de um corpo “saudável” necessário para agir no interior de uma racionalidade(s) neoliberal(is) de empresariamento de si de concorrência? Diante dessa problematização, apresentamos alguns avanços das nossas analises no Brasil, alocando em perspectiva governamental algumas relações discursivas entre as políticas científicas (CAPES) e educacionais.

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