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A REDE NACIONAL DE TREINAMENTO: OS JOGOS OLÍMPICOS DO RIO 2016 E SUAS PROMESSAS DE LEGADO
Carlos Fabre Miranda, Silvia Cristina Franco Amaral

Última alteração: 2020-08-19

Resumo


A Política Pública de Esporte que se apresentou como o principal “Legado Esportivo” dos Jogos Olímpicos do Rio 2016 é o objeto desta pesquisa. Pretendemos entender a formulação, planejamento e o processo de implementação da Rede Nacional de Treinamento, proposta pelo Ministério de Esporte e as possíveis relações desta com o fomento ao esporte e seu lugar na política esportiva brasileira.
A compreensão da utilização do conceito de legado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) e a sua presença em documentos oficiais relacionados principalmente com o processo de escolha da sede de 2016 são fundamentais. O diálogo com o debate acadêmico sobre esta temática de legado para o entendimento da Rede Nacional de Treinamento também apresenta relevância na proposta da pesquisa.
Buscaremos dados na observação e análise do convênio firmado na modalidade de atletismo entre o Ministério de Esporte e a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) que se apresentou como modelo na implementação desta política. Com isto pretendemos compreender seus avanços e influências para o esporte nesta proposta de tornar o Brasil uma potência olímpica, iniciativa que teve avanço com a realização da III Conferência Nacional do Esporte e a realização dos megaeventos esportivos recentemente no Brasil, destacando-se os Jogos Olímpicos.
A questão mais abrangente é: como está sendo a implementação do Legado Esportivo dos Jogos Olímpicos do Rio 2016 e como ele opera? Temos a proposta de que ao nos atentarmos para a Rede Nacional de Treinamento, possamos ter elementos para melhor entender como uma política de esporte pode ter influência de questões mais ampliadas.
Sobre a metodologia proposta, fizemos a escolha neste recorte para a dependência de trajetória (patch dependence), buscando aprofundar conceitos que embasem e sustentem as argumentações no entendimento e descrição dos cursos específicos e das ações tomadas na implementação da Rede Nacional de Treinamento. Considerando que os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro foram o principal megaevento esportivo já realizado em nosso país entendemos que seus desdobramentos ocorrem em um contexto onde profundas mudanças são observadas no cenário esportivo em escala nacional e global.
Para a contextualização da dependência de trajetória Bernardi (2002 p. 138) apresenta a importância desta “ferramenta analítica para se entender a importância de sequencias temporais e do desenvolvimento no tempo de eventos e processos sociais”. Assim temos que contextualizar esta ferramenta como pertencente ao institucionalismo histórico e este fazendo parte do chamado neo-institucionalismo.
Cabe salientar ainda a importância da análise do convênio firmado entre a Confederação Brasileira de Atletismo e o Ministério dos Esportes assim como as demais ações presentes neste período. Este convênio tinha duração inicial prevista de dois anos sendo iniciado e posteriormente interrompido. A sua implementação, portanto, foi incompleta. A análise deste convênio apresenta elementos importantes para o entendimento da Rede Nacional de Treinamento como Política Pública em nosso país e como proposta de Legado dos Jogos do Rio 2016.
Com a socialização deste trabalho ainda em andamento, pretendemos colaborar com o entendimento da Rede Nacional de Treinamento, suas relações com o conceito de Legado apresentado pelo Comitê Olímpico Internacional e seus desdobramentos enquanto proposta de Política Pública de Esporte. Ao olhar para o caso do atletismo, pretendemos colaborar com este tema emergente e relevante na área de Esporte e Educação Física.

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