Sistema Online de Apoio a Congressos do CBCE, XI Congresso Brasileiro de Atividades de Aventura

Tamanho da fonte: 
MUDANÇA DE COMPORTAMENTO E ESPAÇOS DE LAZER PARA A PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA
Raphaelly Machado Felix, Gabriel Gustavo Bergmann

Última alteração: 2020-08-19

Resumo


PALAVRAS-CHAVE: atividade física; atividade de lazer; áreas verdes
INTRODUÇÃO
Apesar de inúmeras evidências indicarem que a prática regular de atividade física (AF) promove benefícios à saúde (LEE et. al., 2012), a proporção da população mundial que atinge as recomendações para este comportamento é baixa (LEE et. al., 2012). Assim, estratégias que possam contribuir para a mudança deste cenário devem ser pensadas (SALLIS et al., 2017). Uma das alternativas que tem sido estudada é a utilização de parques e praças como facilitadores para a promoção de comportamentos ativos (HOEHNER et. al., 2013).
Este estudo se justifica pela possibilidade de termos realizado um estudo em 2014 sobre a intenção de uso de uma praça, enquanto ainda estava em construção, por moradores do entorno e agora no ano de 2018 podermos identificar o real uso para a prática de AF por parte dessa população após mais de três anos do espaço concluído. Diante disso o objetivo deste estudo é investigar se a construção de uma praça pública destinada ao lazer pode contribuir para o aumento da prática regular de AF de moradores do entorno.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de acompanhamento observacional analítico de base populacional (THOMAS E NELSON, 2012), que utilizará como ponto de partida o estudo de FELIX et. al., (2016). Será realizado com 395 adultos mesma amostra do estudo anterior, de ambos os sexos residentes nas proximidades do local onde foi construída a Praça.
ANÁLISE DOS DADOS
Será utilizado à média e o desvio padrão ou mediana e diferença entre quartis para as variáveis numéricas, e as frequências absolutas e relativas seguidas do intervalo de confiança de 95% (IC95%) para as variáveis categóricas. Para testar se a construção da praça, a distância entre a residência e a praça, e as características sociodemográficas se associam ao nível de AF e ao estágio de mudança de comportamento para a prática de AF serão utilizados os testes Qui-quadrado para heterogeneidade e para tendência. Para testar estas associações de forma ajustada será utilizada a regressão logística binária. Todas as análises serão realizadas no software SPSS versão 20.0.
DISCUSSÃO
O estudo anterior identificou que a construção de uma praça contribui para o aumento dos níveis de AF de moradores de seu entorno. Os resultados indicaram que a maior parte dos indivíduos, independentemente de seu nível de AF, pretendia utilizar a praça pra praticar AF após sua construção. Ainda, que a distância até a praça era decisiva para sua utilização. Estes resultados tornam-se importantes, pois indicaram que além de aumentar a chance de indivíduos inativos tornarem-se ativos, também pode auxiliar indivíduos ativos a se manterem desta forma. Estes resultados corroboram outros estudos que identificam que parques e praças desempenham um papel fundamental para facilitar a AF e que a distância dos parques e praças para as residências das pessoas pode ser relevante para que elas utilizem esses espaços para suas práticas (COHEN et. al., 2016).
CONCLUSÕES
Baseado em resultados disponíveis na literatura esperamos que a oferta de um espaço público de lazer contribua para mudança de comportamento da população quanto à prática regular de AF no município de Uruguaiana/RS.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COHEN, D. A.; BING, H.; NAGEL, C. J.; HARNICK, P;. H.; MCKENZIE, T. L.; EVERSON, K. R.; MARSH, T.; WILLIAMSON, S.; VAUGHAN, C.; KATTA, S. The First National Study of Neighborhood Parks: Implications for Physical Activity. American Journal of Preventive Medicine, Vol. 51, n. 4, p. 419, Oct. 2016.
FELIX, R. M.; FARIAS, V.M.; BERGMANN, M. L. A.; BERGMANN, G.G. Building an urban park increases the intention of adults to practice physical activity. Motriz, Rio Claro, vol. 22, n. 4, p 341-345, oct/dec, 2016.
HOHNER, C. M.;, RIBEIRO, I. C.; PARRA, D. C.; REIS, R. S.; AZEVEDO, M. R.; HINO, A. A. Physical activity interventions in Latin America: expanding and classifying the evidence. American Journal Preventive Medicine, vol.44, n. 3, p. 31-40, 2013
LEE, I-M.; SHIROMA, E. J., LOBELO, F., PUSKA, P., BLAIR, S. N., KATZMARZYK, P. T. Effect of Physical Inactivity on Major Non Communicable Diseases Worldwide: an analyses of burden of disease and life expectancy. Lancet, vol. 380, p. 219-29, 2012.
SALLIS, J. F., CERIN E., CONWAY, T. L.; ADAMS, M. A.; FRANK, L. D.; PRATT, M.; SALVO, D; SCHIPPERIIN, J.; SMITH, G.; CAIN, K. L.; DAVEY, R.; KERR, J.; LAI, P. C.; MITÁS, J.; REIS, R., SARMINETO, O. L.; SCHOFIELD, G.; TROELSEN, J.; VAN DYCK, D.; DE BOURDEAUDHUIJ, L.; OWEN, N. Physical activity in relation to urban environments in 14 cities worldwide: a cross-sectional study. Lancet, vol. 387, vol. 100, n.34, p. 2207–2217, 2017.
THOMAS, J. R.; NELSON J. K.; SILVERMAN, S. J. Métodos de pesquisa em atividade física. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012.
FINANCIAMENTO
O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (Capes) - Código de Financiamento 001.

Texto completo: PDF