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INDISCIPLINA: UM CAMINHO PARA A EDUCAÇÃO FÍSICA
Última alteração: 2021-11-30
Resumo
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE: Educação Física; Ciências; Indisciplina.
INTRODUÇÃO
Com o objetivo de pautar as fronteiras disciplinares da educação física em diálogo com a obra Contra o Método, de Paul Feyerabend. Recorremos à algumas das principais ideias do autor/obra a partir do problema: as fronteiras disciplinares da Educação Física podem ser transgredidas a partir de posturas indisciplinares? Quanto à empiria, optou-se por diferentes fontes teóricas, que são agrupadas para dar sentido (FOUCAULT, 2008).
PENSANDO OS CAMINHOS COM FEYERABEND E CHASSOT
Paul Feyerabend (2007) nos leva a pensar sobre como não existem verdades absolutas, nem uma razão única, porém, a vida em si, os mistérios e as relações. Para além das observações, métodos, argumentos e convenções, propõe o anarquismo como teoria, pois “é mais humanitário e mais suscetível de estimular o progresso do que suas alternativas representadas por ordem e lei” (p. 17). Portanto, o anarquismo epistemológico não é sobre ser o caminho da razão, porém, da heterodoxia do saber.
Para Feyerabend (2007) em “Contra o método” o sucesso científico não pode ser explicado de maneira simples, pois, ela não tem uma estrutura comum. Não existe um único padrão de pesquisa, inversamente existem múltiplas teorias que tentam dar conta da realidade. O autor está interessado em superar o status quo e o entusiasmo intransigente da ciência. Para ele a ciência as vezes se inicia em aspectos que estão fora da ordem dos problemas e existem descontinuidades. Assim, não é o ápice da racionalização.
Chassot (2016, p. 127) trata da busca por superação “de posturas marcadas pela disciplinarização, procurando transgredir as fronteiras rígidas das disciplinas [...] alcançar posturas indisciplinares [...] uma transição do disciplinar (cartesiano) ao indisciplinar (feyerabendiano).” Chassot (2003) vem buscando pensar a ciência de forma menos positivista e ortodoxa. O que para Regner (1996) é a busca do “desvelamento da ciência, expondo-a em seus mecanismos irracionais, à luz das regras do racionalismo” (p. 76). Para ela a formação científica deveria possibilitar o estudo de cosmovisões.
Por sua vez, pensando questões que configuram a Educação Física como um campo do saber, Fensterseifer (2020, p. 10) entende a ciência como possibilidade que apresenta “vantagens e desvantagens” na busca de repensar as fronteiras do campo. Silva (2012, p. 590) indica a luta “contra os mitos da ciência”. Nesse ínterim, segundo Rezer (2013) Feyerabend propõe a pluralidade de caminhos metodológicos para novos avanços científicos. Contudo, de acordo com Chassot (2016) é “preciso defender a ciência (que produz conhecimento irregular, não apriorístico, não superior em relação a outros conhecimentos)”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caminhamos com Fensterseifer (2020) e o “Dilema de Mafalda: Para onde vamos?” (p. 14). Potencialmente podemos (re)pensar Educação Física. Reivindica-se “a indisciplina” como um caminho metodológico. Por fim, supõe-se que “o saber primevo que ensina que devagar se vai ao longe” (CHASSOT, 2016, p. 132).
PALAVRAS-CHAVE: Educação Física; Ciências; Indisciplina.
INTRODUÇÃO
Com o objetivo de pautar as fronteiras disciplinares da educação física em diálogo com a obra Contra o Método, de Paul Feyerabend. Recorremos à algumas das principais ideias do autor/obra a partir do problema: as fronteiras disciplinares da Educação Física podem ser transgredidas a partir de posturas indisciplinares? Quanto à empiria, optou-se por diferentes fontes teóricas, que são agrupadas para dar sentido (FOUCAULT, 2008).
PENSANDO OS CAMINHOS COM FEYERABEND E CHASSOT
Paul Feyerabend (2007) nos leva a pensar sobre como não existem verdades absolutas, nem uma razão única, porém, a vida em si, os mistérios e as relações. Para além das observações, métodos, argumentos e convenções, propõe o anarquismo como teoria, pois “é mais humanitário e mais suscetível de estimular o progresso do que suas alternativas representadas por ordem e lei” (p. 17). Portanto, o anarquismo epistemológico não é sobre ser o caminho da razão, porém, da heterodoxia do saber.
Para Feyerabend (2007) em “Contra o método” o sucesso científico não pode ser explicado de maneira simples, pois, ela não tem uma estrutura comum. Não existe um único padrão de pesquisa, inversamente existem múltiplas teorias que tentam dar conta da realidade. O autor está interessado em superar o status quo e o entusiasmo intransigente da ciência. Para ele a ciência as vezes se inicia em aspectos que estão fora da ordem dos problemas e existem descontinuidades. Assim, não é o ápice da racionalização.
Chassot (2016, p. 127) trata da busca por superação “de posturas marcadas pela disciplinarização, procurando transgredir as fronteiras rígidas das disciplinas [...] alcançar posturas indisciplinares [...] uma transição do disciplinar (cartesiano) ao indisciplinar (feyerabendiano).” Chassot (2003) vem buscando pensar a ciência de forma menos positivista e ortodoxa. O que para Regner (1996) é a busca do “desvelamento da ciência, expondo-a em seus mecanismos irracionais, à luz das regras do racionalismo” (p. 76). Para ela a formação científica deveria possibilitar o estudo de cosmovisões.
Por sua vez, pensando questões que configuram a Educação Física como um campo do saber, Fensterseifer (2020, p. 10) entende a ciência como possibilidade que apresenta “vantagens e desvantagens” na busca de repensar as fronteiras do campo. Silva (2012, p. 590) indica a luta “contra os mitos da ciência”. Nesse ínterim, segundo Rezer (2013) Feyerabend propõe a pluralidade de caminhos metodológicos para novos avanços científicos. Contudo, de acordo com Chassot (2016) é “preciso defender a ciência (que produz conhecimento irregular, não apriorístico, não superior em relação a outros conhecimentos)”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caminhamos com Fensterseifer (2020) e o “Dilema de Mafalda: Para onde vamos?” (p. 14). Potencialmente podemos (re)pensar Educação Física. Reivindica-se “a indisciplina” como um caminho metodológico. Por fim, supõe-se que “o saber primevo que ensina que devagar se vai ao longe” (CHASSOT, 2016, p. 132).
Referências
REFERÊNCIAS
CHASSOT, Attico. Do Rigor Cartesiano Disciplinar à Indisciplinaridade Feyerabendiana. Quím. nova esc. – São Paulo-SP, BR Vol. 38, N° 2, p. 127-132, MAIO 2016.
FENSTERSEIFER, Paulo Evaldo. A produção de conhecimento em educação física/ciência do esporte –qualidade x quantidade: para onde vamos? Rev. Tempos Espaços Educ. v.13, n. 32, e-14099, jan./dez.2020. https://seer.ufs.br/index.php/revtee/article/view/14099/10938
FEYERABEND, Paul. Contra o método. São Paulo: Ed. UNESP, 2007.
FOUCAULT, Michel. A arqueologia do sabei/Michel Foucault. tradução de Luiz Felipe Baeta Neves, -7ed. - Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008.
REGNER, Anna Carolina. Feyerabend e o pluralismo metodológico. Episteme, 1996. v. 1, nº 2, p. 61-78. https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/31834/000144525.pdf?sequence=1&isAllowed=y
REZER, Ricardo. O trabalho docente na formação inicial em Educação Física [recurso eletrônico]: reflexões epidemiológicas - / Ricardo Rezer. - Porto Alegre: Orquestra, 2013.
SILVA, Sidinei Pithan. A Educação Física entre o projeto social da modernidade sólida e da modernidade líquida. Educação, Santa Maria, v. 37, n. 3, p. 585-598, set./dez. 2012. file:///C:/Users/Gabriel%20Paes/Downloads/5071-29112-1-PB.pdf
CHASSOT, Attico. Do Rigor Cartesiano Disciplinar à Indisciplinaridade Feyerabendiana. Quím. nova esc. – São Paulo-SP, BR Vol. 38, N° 2, p. 127-132, MAIO 2016.
FENSTERSEIFER, Paulo Evaldo. A produção de conhecimento em educação física/ciência do esporte –qualidade x quantidade: para onde vamos? Rev. Tempos Espaços Educ. v.13, n. 32, e-14099, jan./dez.2020. https://seer.ufs.br/index.php/revtee/article/view/14099/10938
FEYERABEND, Paul. Contra o método. São Paulo: Ed. UNESP, 2007.
FOUCAULT, Michel. A arqueologia do sabei/Michel Foucault. tradução de Luiz Felipe Baeta Neves, -7ed. - Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008.
REGNER, Anna Carolina. Feyerabend e o pluralismo metodológico. Episteme, 1996. v. 1, nº 2, p. 61-78. https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/31834/000144525.pdf?sequence=1&isAllowed=y
REZER, Ricardo. O trabalho docente na formação inicial em Educação Física [recurso eletrônico]: reflexões epidemiológicas - / Ricardo Rezer. - Porto Alegre: Orquestra, 2013.
SILVA, Sidinei Pithan. A Educação Física entre o projeto social da modernidade sólida e da modernidade líquida. Educação, Santa Maria, v. 37, n. 3, p. 585-598, set./dez. 2012. file:///C:/Users/Gabriel%20Paes/Downloads/5071-29112-1-PB.pdf
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