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Este resumo tem como objeto a divulgação de um relato de experiência desenvolvido a partir do projeto de extensão Atividades Aquáticas para Pessoas com Deficiência, desenvolvido no período de abril de 2011 a abril de 2012, na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB, campus Jequié. O projeto foi aprovado e apoiado pelo edital UESB 111/2010 e contou com uma coordenação geral e atuação de um monitor bolsista e dez monitores voluntários. A proposta de extensão nasceu a partir de estudos e pesquisas desenvolvidas no Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação Física, Esportes e Lazer – (NEPEEL/ CNPq/UESB) que evidenciam a falta de acesso de pessoas com deficiência as práticas corporais esportivas. As pessoas com deficiência foram historicamente alijadas do convívio social e da participação em atividades essenciais da vida diária, muitas vezes, foram e são excluídas e impossibilitadas de acessar os direitos básicos proclamados a todos os seres humanos, como educação, saúde e lazer. Diante dessa realidade objetivamos com o projeto a promoção de atividades aquáticas sistematizadas para pessoas com deficiência no município de Jequié-Bahia, com intensão de favorecer questões relativas à saúde, educação e lazer dessas pessoas, bem como, oportunizar aos alunos do curso de licenciatura em educação física interação e intervenção com o ensino das atividades aquáticas para pessoas com deficiência. Além de efetivar a articulação necessária entre ensino, pesquisa e extensão através do estabelecimento de vínculos entre as disciplinas da graduação (Educação Física para deficientes e Metodologia da Natação) e o projeto de extensão (atividades aquáticas para pessoas com deficiência). As atividades ocorreram em quatro dias da semana, terças e quintas-feiras no horário das 16:30 as 18:00 e quartas e sextas-feiras no horário das 7:30 as 9:00 e contou com a participação de aproximadamente trinta pessoas, entre crianças, adolescentes e adultos com deficiências sensoriais, físicas, intelectuais e múltiplas. O grupo de monitores se reuniu semanalmente com a coordenação, durante os quatro primeiros meses, para planejar as ações e estabelecer as estratégias de ensino nas aulas. No período de desenvolvimento do projeto podemos evidenciar a importância da experiência para todos os envolvido nas ações. Os monitores puderam interagir e intervir com pessoas com deficiência, refletindo sobre a vida e as exigências da formação profissional e da prática pedagógica para lidar com essas diferenças, bem como foram desafiados por novos conhecimentos, como, por exemplo, a comunicação através da língua brasileira de sinais – LIBRAS. As pessoas com deficiência tiveram a oportunidade de participar e interagir em aulas de natação, hidroginástica, polo aquático e recreação aquática, bem como, interagir e socializar-se com outras pessoas com deficiências, iguais e diferentes da sua deficiência, e também com outras pessoas sem deficiências. A participação e convivência no ambiente da universidade também incentivaram e ampliaram o interesse de participação de alguns jovens com deficiência auditiva em ingressar no ensino superior, levando-os a prestar vestibular para ingresso na UESB. A experiência vivenciada no projeto de extensão “atividades aquáticas para pessoas com deficiência” converge com o paradigma da inclusão e políticas afirmativas, que tentam atingir grupos que historicamente foram excluídos e estigmatizados, como tentativa de garantir que todas as pessoas com ou sem deficiência participem ativamente da sociedade, tendo acesso aos bens culturais historicamente e socialmente produzidos, entre eles os esportes e práticas aquáticas.

Atividades Aquáticas, Pessoas com deficiência, Projeto de extensão