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JOGOS COOPERATIVOS COMO POSSIBILIDADE NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: UMA EXPERIÊNCIA NO ÂMBITO DO PIBID/UNEB ALAGOINHAS/BA
Cristiane Moreira Santos, Viviane Rocha Viana

Última alteração: 2017-06-19

Resumo


1 INTRODUÇÃO
O presente relato surge a partir de experiências pedagógicas vivenciadas no âmbito do PIBID, no subprojeto de Educação Física, ao longo da 4ª unidade do ano letivo de 2016, numa turma de 4º ano do ensino fundamental I, cujo conteúdo abordado foi jogos cooperativos, pois em virtude do caráter competitivo e individualista da sociedade atual acreditamos que os jogos cooperativos vêm crescendo e ganhando proporções importantes trazendo novos desafios para a educação.

2 METODOLOGIA
As intervenções pedagógicas basearam-se na perspectiva da Pedagogia Histórico-Crítica, a qual é discutida por Demerval Saviani (2011), bem como nos cinco passos sistematizados por João Luiz Gasparin (2012), servindo como base para nortear um trabalho pedagógico pautado no diálogo e na formação de indivíduos críticos.
Após esta fase de aprofundamento de estudos adentramos no universo da Escola parceira Jardim Petrolar a fim de identificar a realidade da educação Física presente na referida instituição e para isso aplicamos questionários direcionados aos funcionários, alunos, professores e direção.
Em seguida, foram discutidas as questões presentes na escola e realizado o planejamento das aulas. Tais ações se fizeram indispensáveis, pois contribuíram para nortear um trabalho pedagógico que contemplasse as necessidades e anseios dos sujeitos envolvidos.

3 RESULTADOS
Partindo do que propõe a Pedagogia Histórico-Crítica, no primeiro contato com a turma buscou-se compreender a pratica social inicial, realizando um diagnóstico no intuito de identificar o conhecimento prévio dos alunos em relação ao conteúdo a ser trabalhado na unidade.
Dessa forma, o jogo cooperativo foi abordado visando contribuir para semear a solidariedade no cotidiano das aulas visto que a turma apresentava perfil individualista e competitivo.
Durante as intervenções buscou-se desenvolver um trabalho pedagógico reflexivo, onde os alunos eram instigados a pensar fazendo com que eles resignificassem valores e conhecimentos já adquiridos, bem como percebessem que o conteúdo não estava isolado do seu cotidiano, sendo esse discutido em suas dimensões conceituais/cientifico, social, histórica, política, econômica, religiosa, procedimental e atitudinal.
Nas aulas tratamos de assuntos referentes ao conceito de jogo cooperativo, suas características e aplicabilidade, diferenças entre jogo cooperativo e jogo competitivo, dentre outros aspectos importantes para a realidade da turma. Objetivamos a compreensão dos alunos em relação às características dos jogos cooperativos e competitivos contribuindo para que os mesmos pudessem diferenciá-los realizando a mesma atividade, porém, primeiramente de forma cooperativa e em seguida mudando as regras deixando-a com caráter competitivo. Ao término das atividades fazíamos rodas de conversa discutindo participação do grupo, dificuldades encontradas, possibilidades de modificação da atividade e o (re) pensar os próximos encontros.

4 CONCLUSÕES
Trabalhar com o conteúdo jogos cooperativos foi prazeroso por se tratar de um conteúdo de fácil aceitação, entretanto desafiador, pois uma das grandes dificuldades encontradas nas aulas foi romper com a competitividade, algo muito comum no cotidiano dos alunos.
Despertar neles o prazer pelo jogo, o jogar almejando um objetivo comum, o jogo sem vencedores, foi uma tarefa árdua, uma vez que o que se sobressaia entre os alunos era a ânsia pela vitória individual, o desejo de ter um grupo com componentes mais fortes.
Contudo, a sistematização do conteúdo, aliado à sua contextualização a partir da realidade dos alunos, a valorização do trabalho em equipe, interação social, incentivando a participação de todos independente das habilidades particulares de cada um, bem como o uso de regras que fizessem com que todos se envolvessem nas atividades, foi fazendo com que eles rompessem com esses valores historicamente acumulados passando a adquirir novos comportamentos. Assim, espera-se que este relato contribua para a implementação de variadas propostas de ensino que possibilitem o conhecimento dos elementos da cultura corporal, corroborando para a legitimação da Educação Física no âmbito escolar.

REFERÊNCIAS
SAVIANI, Dermeval. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. Campinas, SP: Autores Associados, 11 ed, 2011.
GASPARIM, João Luiz. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. Campinas, SP: Autores Associados, 5 ed, 2012.
VILA, Magda; SANTANDER, Marli. Jogos cooperativos no processo de aprendizagem acelerada. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2003.

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